quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Aquilo que Sou


Digo que sou um réu confesso, que compartilho coisas fofas no Facebook, que me proponho a não estudar, porque sou "foda". Que sou uma mulher no disfarce de menina, pois a vida assim não machuca tanto. Ocupo o posto de meiga, mas não quero oferecer somente isso. Quando eu lhe mostrar a face grossa, compreenda. Não é pedir demais. Sou uma ré confessa. E para o que você pensa eu estou ligando sim., 

Vou inventar meus sonhos de acordo com o que você espera de mim e desmontar-me por inteira. Isso é uma consequência da preocupação com o seu bem estar, mesmo você não estando preocupada com o meu. Ironia seria eu abrir mão daquilo que te preocupa em prol do que a vida tem pra mim. Sou uma ré confessa daquilo que você planejou para a minha vida. Nego aos meus desejos, aos meus pensamentos e ao meu entendimento e me proponho seguir teus passos. 

Vamos seguir juntos a um compasso de balé do pássaro negro. Enquanto, que aquilo que sou vai se esvaindo. 

E, assim, exclamo:
"Tá, chega! Agora, de você não quero mais saber. Estou em um quarto escuro, pois você sumiu pássaro negro e não sei para onde seguir". 
- "Estou aqui, seguidora". - Diz o pássaro. 
- "Por quê estas fazendo isso comigo?"
- "Porque você abriu mão de si e quis me seguir. Sou um pássaro negro e não uma águia que se renova por um processo doloroso". 

Nessa parte rezo para que essa venda negra saia dos meus olhos e que essa crônica seja direta ao que quero expressar. No agora me proponho a viver de mim, em minha companhia, em minha fé. Nessa parte compreendo que para ser transformada, necessito antes de mais nada da dor. Sendo assim, sou uma ré confessa do drama e da arte de abrir mão de mim mesma. Quanto comodismo, ré confessa!

E li uma vez que a vida é um caminho convergente, que nos danificamos, mas podemos ser consertados também. 

Pensamentos Moralistas

     

    Confesso que tenho esses pensamentos moralistas. Que não possuo a mágica para compreender a mim mesma. Confesso que, assim, torno-me crítica demais e qualquer coisa fora do comum acaba sendo inaceitável. Que pareço uma senhora de 50 anos que nunca errou e busca sempre a imagem perfeita. Já cai e, mesmo assim, o pensamento moralista não vai embora. Continuo me preocupando se você se dará mal ou não, se você vai terminar o trabalho ou não. E quando você me interroga sobre o que é viver, apenas digo que é assumir as responsabilidades e fazer o que tem que ser feito. Mesmo que pra isso tenhamos que sentir dor. 

     É estranho descrever-me assim. É esquisito expor meus defeitos moralistas. Ainda mais correndo o risco de colocar minha ética e moral em cheque através dos meus erros. Mas no meu pensamento moralista tenho comigo que não quero transmitir uma imagem daquilo que não sou. Aí já entra a questão de escolha. Eu me mostro, mas depende de você o que será definido sobre minha personalidade no quesito particular para o geral. Vamos lá na frente e faça um discurso de indução e dedução. 

   Vamos expor as suas verdades do individual para o particular e do particular para o geral. Demonstre a personalidade contraditória que eu tenho e me imponha regras, por que sou jovem e, ainda não aprendi a obedecer. Isso é um fato. A questão de não obedecer é não fazer o que... O que não me convém. Não quero me fazer mal, mas é automático. E o meu maior pecado moralista é achar que não devo ser feliz e me culpar por questões que acontecem mundo a fora. 

    Falo demais e sofro as consequências no individual. Mas se tem uma coisa que não vou fazer é ficar esperando sentada uma reação. Prefiro esperar deitada, assim descanso a coluna e tiro um cochilo. Sim, isso foi cômico. Afinal, sobre definir-me, é trazer à tona várias teorias, já que sobre a criação do mundo há várias. Todavia, há apenas uma verdade: o "sei" que significa compreender, mas não entender; explorar, mas não saber; querer, mas não entender o limite. 

    Os meus pensamentos moralistas me matam e me definem, me socorrem e me agridem. Me limitam e, ao mesmo tempo, me ensinam a sambar. Posto que não somente no mês de Fevereiro, mas enquanto eu viver. Os meus pensamentos moralistas fazem com que eu me interrogue cada vez mais e, ao mesmo tempo, faça exclamações definitivas. Fazem com que eu seja conservadora e liberal, pois ninguém na vida é nada cem por cento. 

      Se você quer saber, os meus pensamentos moralistas fazem com que eu não te trate bem nem mal, faz com que eu te trate como um ser humano apenas. Fazem com que eu escreva sobre a minha liberdade particular. Já que a liberdade real e pura adquiro à medida que possuo bom senso também. Só que com uma diferença do Direito positivado: quando tenho que resolver problemas não posso dividi-los em varas e juizados especiais, apenas tenho que buscar resolvê-los da melhor forma. Tendo dor ou não. 

O que você me diz disso?
     Digo que quero ver o sol se pondo e a noite caindo, que a realeza seja ensinada e aprendida. E não consentida. E que você não abra mão daquilo que você denomina de "seus princípios". Porque quando não se abre mão disso, no final você poderá dizer o que sobrou dos "pensamentos moralistas". Não é uma lição de moral. É a dura lição do seja feliz, menina. Mas aprenda que errar também faz parte, Aryadine. 


Revés


No dicionário formal significa estar em uma circunstância desagradável. Ou sinônimo de choque, revezamento, etc. No jogo do Banco Imobiliário quer dizer que você pode voltar, assim fazer uma nova jogada. Nas opiniões é uma expressão contraditória. Nas músicas, uma mistura de melancolia e felicidade. No jogo UNO é a inversão do começo, ou seja, a pessoa que jogou, joga de novo e o sentido que estava sendo é contrário. 

Na vida significa a mesma coisa: a troca de posição, o revezamento no jogo, o prazer do contraditório. É uma mistura de significados independe do gênero. O revés é eu me amar e, mesmo assim, querer um complemento. É eu estar bem e, ao mesmo tempo, mal. São os dois lados da moeda. Por isso, não venha pedir coerência dentro do que está sendo escrito. Às vezes, pode ser uma perdição de si mesmo. 

O revés existe em todos os seus meios sociais, desde o mais normal até o mais complexo. É a loucura que muitos não compreendem e, mesmo assim, aderem. Sim, aderem. Não, não. "Peraí!". Aderir significa escolher aceitar ou levar aquilo pra você. Acho que revés está mais para uma condição natural do homem, assim como o barulho do aplauso (claro que quando o aplauso é dado). Ou pode ser uma consequência. Não sei traduzir. 

Revés também quer dizer sorte, mas acho que sorte é uma consequência. Fé, sim, é o que te fortalece. Falaram-me que isso é questão de compreensão e incomodação. Está incompleto. Então, me fale o que é revés para você? E vou ouvir com atenção, afinal é uma questão particular. 

Vieram me propor

Vieram me propor uma coisa louca: 
Faça dos seus ouvidos pínicos e dance como uma bailarina sem música. 
Invente a sua religião e creia em suas palavras. 
Irão lhe tachar como uma louca, uma exacerbada, mas não buscam compreender o que está escrito nas entrelinhas. 
As pessoas buscam solidão à medida que não tem mais uma imensidão. 
Amadurecer requer um sentimento de sensibilidade que, por vezes, pode atrapalhar mais do que lhe ensinar a dizer "não". 
Malvados são os que que não inventam o seu próprio castelo. E vem me falar que devemos viver a realidade. 
Sim, devemos viver a realidade. Mas uma dose de loucura e doçura também são sinais de pureza. 
Se cada linha que escrevo não é Deus falando comigo, então o que poderei alegar? 
Sim, é Ele. E não somente Ele. 
Você vem me falar de normalidade, de esquecimento, que temos que aprender a conviver com a dor e todas essas coisas que pessoas costumam dizer - até mesmo, eu. E não percebe que não penso em ficar presa somente nessas quatro paredes e mostrando o quanto viajo em meus pensamentos. 
Vieram me propor uma nova forma de viver. Como assim?
Bom, vieram me dizer que você é dono do seu destino e que a vida é feita de escolhas. Que tenho que parar de ficar propondo apenas o que querem que eu proponha, pois eu não tenho que viver à margem daquilo que acham para ser aceita. 
Eu faço uma proposta contrária: 
Te desafio a virar pra mim e dizer que é feliz sem Deus, a me falar como o mundo surgiu e, mais ainda, te desafio a escolher um caminho. 
É engraçado eu envolver amordaças sociais em questões pessoais, já que os meus sentimentos são regidos pela minha sensibilidade e não pela suas mãos. 
É um dom confuso "o propor" para as pessoas. É um desafio imaginar argumentos para provarmos algo para alguém. E o mais difícil é qualificar a vida como uma proposta, sendo que nem um negócio ou jogo é. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Aquilo Que Nunca Teve Fim


Sabe o que nunca teve fim e nunca terá? O tempo. Ah, esse, meu amigo, não veio pra brincar. Veio pra te mostrar que você não é imortal, que nem todas as dores são eternas, que nem todas as glórias são boas e que nem todo sorriso é puro. Veio trazer a verdade escondida e a meta não realizada. Veio nos fazer sentir a frustração de não ter a disciplina sobre o que fazemos com o nosso tempo bem como nos mostrar que melhoramos ou pioramos com o passar do mesmo. 

As oportunidades que vão surgindo pelo meio do caminho são favoráveis a perca do seu tempo ou do ganho. Por exemplo, para mim estar escrevendo aqui é ganho de tempo por um lado e, por outro, não tenho uma medida certa, fico o quanto tiver que ficar. Mas é fascinante o modo como nos torturamos, nos permitimos derramar lágrimas que não nos consolam em boa parte do tempo. E pode parecer meio louco, mas aprendi que à medida que nos permitimos sentir aquela dor escondida, permitimos que tenhamos um aprendizado.  

A Vontade Feminina que a Vida me Deu

Boa tarde!

Sei que há uns meses não posto texto, então vou tentar fazer com que este seja bastante especial, não só pra mim, mas pra você também. Vamos lá?!

Quando comecei a orar (isso mesmo: orar) de verdade, percebi o quão Deus é bom comigo, não só pela família que Ele escolheu pra mim. Mas, também, porque tenho me descoberto como mulher no sentindo mais valoroso da palavra, compreende? Ainda não? É assim eu nasço, possuo o livre-arbítrio e escolho quem irei deixar fazer mal a mim. Você passa a compreender que está no lugar em que deveria estar, na hora certa. Só que isso são argumentos que pessoas costumam usar no cotidiano. Então, vou procurar definir o que significa ser mulher. 

Ser mulher significa antes de tudo respeitar-se. Isso quer dizer que toda mulher, por mais que ame seu companheiro, deve amar a própria aparência, escolher as próprias roupas por seu gosto e perceber que sua própria companhia faz bem. Aceitando isso consegue-se uma força sobrenatural para não ser levada pela desconsideração do tempo depois. Consegue-se uma vontade enorme de buscar seus anseios e enfrentar as suas forças. Muitas mulheres se descobrem como tais mesmo, após darem a luz e quando passam a ter a vida de um outro ser em suas mãos. 

Digo isso, pois estou com vinte anos de idade e, ainda, não descobri o que quero ao certo pra minha vida nos âmbitos vagos. O que isso quer dizer? também não sei. Entretanto, sei que não quero um amor pela metade, quero um buquê de rosas por ele, simplesmente, ter escolhido me dar. Quero muitas coisas na minha vida. Mas antes de tudo quero a mim mesma, quero os meus sonhos, a minha fé. Como disse: quero a mim mesma antes de mais nada. 

E independentemente da roupa ser curta, decotada, discreta, dela usar ou não muita maquiagem, de chorar ou ser insensível, inteligente ou não. Principalmente, independentemente, de sua PROFISSÃO, toda mulher foi feita pra ser respeitada. E nada melhor do que eu justificar isso com essa frase que li em uma foto que uma colega mandou: "Quando você se amar da forma que merece, ninguém que se chegar a ti, terá a audácia de te amar menos que isso". 

Toda mulher tem um pouco de feminista dentro de si. Isso não quer dizer que você odeia ou não o homem, mas tem uma dose de liberdade feminina, que não quer e nem pode ser limitada por um amor dependente, uma imagem no espelho, por questões e cobranças ditadas pelo meio em que você vive. Isso significa dizer que você não quer tolerar a ignorância, a hipocrisia, a intolerância ou a falta de amor consigo mesma. Isso significa dizer que você não quer sofrer nenhum tipo de violência e ser vista além do que demonstra. 

Ser vista além do que demonstra, reflete que você deseja que as pessoas certas procurem saber mais de você do que você mesma permite que elas vejam. E acredite quando uma mulher expõe seus sentimentos da maneira mais discreta possível ou mais fabulosa e demonstrativa, acredite não revelou nem um terço do que a própria alma ainda esconde, E descobre que amizade, seja com homem, mulher, lésbica, gay, bi, etc, pode ser uma amizade sincera. 

Que ter uma mulher ao seu lado não significa possui-la. Até porque não é uma propriedade e, sim, o alicerce. Não, não é um discurso feminista. É sobre a auto-estima que anda caída, sobre o conhecimento de si que não é buscado e na fé (em Deus e em si como pessoa) que não é alcançada. Mulheres, queridos homens, não conversam apenas sobre roupas, maquiagem e acessórios. Existem aquelas mulheres seguras que conversam sobre sexo, futebol, política, religião e feminismo. 

Existem aquelas que preferem um tênis ao salto alto. Aqueles que preferem namorar sem o rótulo de namoro e usam a própria liberdade de sentimentos. Aquelas que são conservadoras em alguns pontos e liberais em outros. Aquelas mulheres que são saradas e magras, gordas e na medida. Aquelas que decidem ser mães e outras que nem querem saber disso (a maioria, simplesmente, não quer ter filho(s) cedo). Nascer mulher é uma condição natural da vida, mas ser mulher é uma questão de escolha. Independente de personalidade. Em suma, como Simone de Beauvoir, citou uma vez: "não se nasce mulher, torna-se". 

P.S.: Espero que tenha gostado do texto e qualquer coisa é só entrar em contato comigo no email: aryadine.estefani@gmail.com ou poesiauniversal@live.com. 

Desde já agradeço por ter gasto seu pequeno tempo lendo!! 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Leia ao som de "Not About Angels - Birdy".


Ainda há tempo de ser ter uma vida, de ter fé ou correr atrás de possibilidades infinitas. Argumente na frente do espelho as suas impossibilidades de vida. Faça-se especial. Anjos possuem esse dom, e, ao fazermos isso percebemos que eles existem. Basta apenas pararmos para ouvir o silêncio. Quanta coisa o silêncio pode nos apresentar. Venha cá e seja firme. Venha cá! Vou te ensinar a ser um humano. 

"Uai, podemos ensinar um anjo ou alguém a ser um humano?" 

Uai! Sim, podemos! As possibilidades estão batendo à sua porta e o segredo é apenas abri-la. Não é errado atravessar a linha. E se o seu coração estiver pleno do amor que possui, poderá voar mais alto. Poderá tornar-se um pássaro ou um anjo de tão leve. Parece sonho. Ilusão. Ou quem sabe apenas uma loucura básica. Haverá sempre uma mistura de misericórdia com perdão. Mas perdão não significa esquecimento, dear. Aprenda a respirar quando estiver no fundo. 

Fazer um roteiro de si mesmo é difícil. Até porque, atualmente, compensa mais ficar indo e vindo. Indo e vindo. Indo e vindo. Indo e vindo. Indo e vindo. Assim, o jogo acaba rápido demais, meu velho amigo. A verdade é que direito e justiça não caminham juntos. E ser justo nem sempre significa ter doses de igualdade dentro de si. E, sim, gotas de humanidade para ser um anjo. Nada sobre anjo aqui e nem ali. Mas contribua com sua bondade para si mesmo e para os que lhe cercam. 

Não foda com o resto de sua vida justificando os acontecimentos do passado. 

A Forma mais Completa de se Ter


Sei que a vida não é um conto de fadas. Que nós seres humanos devemos respeitar os limites e viver a vida de acordo com as nossas possibilidades. Que o mundo é violento em qualquer esquina e que de nada adiante tentar mudar o mundo, senão fazemos um esforço para mudarmos a nós mesmos. Que a intensidade com que se sonha é a mesma com a qual temos sede de vida, mas acabamos ficando sufocados por questões ditadas pela sociedade. Que quanto mais rápido vamos, mais rápido caímos. E que se mantemos a nossa velocidade, podemos chegar leves ao final. Pois, fizemos valer cada coisa. 

Sei também que na vida não se tem ponto de chegada, apenas de partida e olhe lá. Por que pela lógica, podemos definir a vida como um caminho. Que a vida é um caminho. Tudo em si, resume-se a isso. Mas e pela a sua lógica de mulher? E pela sua simpatia? Pelo quê que você luta como mulher? Luta para ter uma família? Uma casa? Amizades? Qual a sua luta diária?

Não é culpa sua se você não quer ter filhos antes dos trinta anos. Não é culpa sua sentir-se presa, mas você também permite isso por dentro. Dizem que mulher amadurece mais rápido do que o homem, que a mulher é isso ou que é aquilo. Mas ser mulher está além disso. Está no fato de poder amar-se e permitir-se ser amada. Está nas características físicas e biológicas. Mulher dá a vida a si mesmo. Nós possuímos esse poder. 

Digo isso porque podemos dar à luz a outra vida, podemos ter vínculos inexplicáveis com pessoas que mal conhecemos, mas que já amamos. Podemos usar saltos desconfortáveis, apenas para termos o poder de nos sentirmos bonita. Podemos criticar uma roupa. Mas somos fortes. As dores são de depilação, de parto, de cólica ou de doença. Podemos aguentar até mesmo a dor da dança. Afinal, mulher que faz balé tem que aguentar o dobro de seu peso em uma perna ao fazer um plié. Mas eu acho que não estou deixando claro o que é ser uma. E isso é uma das principais características. 

Ser mulher é possuir a lógica do contraditório, os pensamentos confusos e, mesmo assim, saber aonde se quer chegar. Deixei um pouco claro? Ainda não? Ok! Façamos assim: olhe-se no espelho e repare em cada parte do seu corpo. Conheça-se. Repare em seu olhar. Explore-se. Repare em seu poder feminino (seja ele natural - sem maquiagem - ou disfarçada). Surpreenda-se. Cozinhe com amor para si. Se não souber, sem problemas. Isso se aprende. 

A única coisa que chegamos a fazer com naturalidade é comer - sem duplo sentido (risos). É a forma mais completa de se pertencer. De se ter. De ser e ter. Talvez a lógica de Deus, seja que nós, mulheres, sejamos um poço de segredo, ao qual devemos descobrir a cada dia uma coisa nova. É poder de ser dúbia, fiel e sincera. Ou contraditória, única e exploradora. Ou amável e sequelada. Vai de você descobrir-se. Assim, como vai de mim parar por aqui. 

Ao som do amor

Leia isto ao som de "Birdy - Tee Shirt".


Ela era o sonho de amor mais doce que alguém poderia sonhar na vida. Ela era amarga na medida e indecente com discrição. Ela guardava mais dentro de si do que os céus poderiam desconfiar. Cada lágrima que ela derramava era recompensada no sorriso que ela dava. Deus! Ela mexia com minha mente, com minhas vontades. Ela confundia meus instintos. E ele? Bom, ele era aquele amor de verão, porém não passageiro. Era de uma vida. 

Ele interpretava os sinais dela. E quando ele dirigia, após passar a marcha do carro, pegava na mão dela que estava sobre a perna dela e outrora sobre a perna. E apertava com vontade. E isso o fazia sentir que era pra vida toda. Ele gostava de usar argumentos variados e sonhar alto. Ela mantinha o pé no chão na medida do possível também. Completavam-se. Mas porquê completavam-se? Uma resposta bastante longa. Vamos procurar definições.

Quando ele a olhava sentia as pernas tremerem. Teve uma vez, uma semana após o aniversário dele de dois anos atrás, foi num sábado. Eles combinaram de ir a uma livraria. Encontraram-se na estação de Taguatinga e foram rumo ao destino. Chegando lá, andaram cerca de trinta minutos da estação até o CasaPark e foram conversando, rindo, distraindo-se e provocando-se com palavras. Não era amor, era amizade. Mas o amor estava começando a nascer. 

Ele estava deitado no colo dela. Ela começou a fazer cafuné e ele fechou os olhos. Olhava-o com tanto amor, com tanta doçura e pensava que aquilo poderia ser o inicio de uma vida. Amor não é definido pelo que pensamos das pessoas e, sim, pela forma como as vemos. Ou seja, se quer saber se ama, apenas olhe no olho da pessoa. Você acha que seu coração irá disparar de primeira. Só que antes é necessário compreender que a capacidade humana vai além do que imaginamos. 

O amor ele não pode ser resumido ou traduzido. Ou você toca ou não toca. Ou sente ou não sente. Ela imaginava que era amor, por que ao acordar pela manhã e quando o sol entrava, ela só pensava nele. E na possibilidade dele pensar nela também. Nas infinidades de momentos tranquilos. Ela sonhava de uma maneira simples, mas não objetiva. Ela sonhava, por que era uma mensagem que nunca seria deletada. Ou por que era uma caminhada que não era só. 

E quando a gente pensa que está só, vem isso e nos mostra que é possível viver de nós. Ou de nós mesmos. Um nó lindo e delicado. Se apertar demais, machuca. Se soltar demais, fica para trás e você continua andando para frente. Ela se dava o direito de sonhar, por que compreendia que poderia passar a dormir tranquila. Que se pode, sim, ter apenas um número (de telefone) para cada momento da nossa vida. Desde que não tenhamos medo de não permanecermos pela metade ou completos. 

O final é imprevisível. Por isso, sinta-se verdadeiro para poder sentir que é capaz de sacudir o mundo inteiro. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A História de Samanta


Leia este texto ao som de Let Her Go - Passenger!

     Era um segunda-feira e ele ligou para ela dizendo que queria ir à casa dela para eles conversarem. Ao chegar lá, ele viu que ela estava mais linda do que qualquer outra vez que já tinha visto-a. Ele estava com as mãos no bolso. Até que ela perguntou o que ele queria. Ele se aproximou e colocou as mãos em seu rosto, e disse: - "Eu apenas queria fazer isto". Ele, então, a beijou com vontade. Desceu suas mãos pelo pescoço, depois os cabelos. Manteve a pegada. 

     Puxou-a para mais perto e foi descendo as mãos até a sua silhueta. Ali permaneceu com a mão. Durou por uns dois minutos aquele momento. Até que ele parou e olhou em seus olhos de novo. 


Logo Samanta perguntou: - "O que houve?" 
- Não houve nada, apenas quero olhar nos seus olhos. - Respondeu ele meio que fazendo força para disfarçar a tristeza dentro de si à respeito do que havia descoberto. 
- Não, mas você não está bem. Sinto isso. - Insistiu ela. 
- Estou bem, senhorita. Não precisa provar que me conheces tão bem. E insisto: estou bem. Apenas com alguns planos e receios. - Disse John. 
- Posso saber quais são? - Samanta disse com um ar de curiosidade. 
- Pode sim. É que no final do ano vou fazer uma viagem e estou pensando para onde. 
- Estou inclusa?
- Não, porque já tenho planos para você! Irá viajar antes de mim para a Irlanda. 

    Samanta ficou com uma pulga atrás da orelha, mas logo entendeu que não era mais o momento de perguntar nada. Ele apenas foi falando que já estava tudo planejado e comprado para ela ir com a Ângela, melhor amiga dela. E pelo resto do dia, eles foram passear no parque, tomaram um açaí e conversaram bastante. À noite quando John foi deixá-la em casa e ao deitar-se na cama, Samanta decidiu que havia algo de errado. Mas que não iria insistir, pois não queria demonstrar nada. Apenas queria que ele estivesse feliz. 

     Samanta era uma menina branca, cabelos pretos e lisos. Seu rosto angelical lembrava ao John, todas as vezes que ele olhava, os motivos pelos quais ele havia escolhido ela para ser sua pelo tempo que lhe restava. Ele apenas a amava com todas as suas forças. Até porque ela tinha sido à mulher que o fez mudar totalmente. Sair das drogas, parar de mexer com coisas erradas e procurar ser alguém melhor na vida. Ela o fez amadurecer, amar e viver melhor. 

     E ela lembrava todas as vezes que o havia escolhido quando o seu coração o viu e começou a acelerar. Pensou que aquilo era uma coisa apenas de momento, mas já estavam juntos há cinco anos. Isso é amor. Samanta dormiu, já estava cansada de ficar pensando. O tempo foi passando. No dia seguinte John foi ao hospital fazer alguns exames para confirmar o que ele tinha. E estava confirmado. 
     
      Era leucemia. De quebra: apenas seis meses de vida. 

     Uma semana depois pediu Samanta em casamento e falou que queria se casar o mais rápido possível. Um mês depois casaram-se e ele começou a ficar fraco. Começou perdendo a cor, ficando cada vez mais pálido. E a cada vez que ela perguntava o que era, ele falava que era a pressão baixa. Passaram mais dois meses, os cabelos dele começaram a cair. Era o resultado das quimioterapias que ele estava fazendo escondido dela. Falava que estava com os amigos, ou trabalhando, ou andando no parque. 

     Para Samanta não perceber, raspou a cabeça de vez e disse que era em comemoração por ter sido promovido no trabalho. Ela acreditou de novo. Chegou o tempo da viagem de Samanta. 


     Então, ele a deixou ir (let her go). Pensou que era o melhor. Despediram-se rapidamente. E então, ele entrou no carro. Foi para casa chorando. Estava com a certeza de que foi o melhor. Pois, não queria permitir que ela o visse morrer pouco a pouco. O dia passou rápido. Em uma segunda-feira, pela manhã, John levantou para ir trabalhar, estava colocando o seu café na xícara. Quando, de repente, ele caiu desmaiado no chão da cozinha. Sua irmã chegou alguns minutos depois, por que eles haviam combinado dela deixá-lo no trabalho naquela dia.

     Raquel havia buzinado várias vezes, mas ninguém saia da casa. Ela sentia que de algum modo John estava lá dentro. E decidiu tocar a campainha. Tocou umas dez vezes seguidas, ninguém abria a porta. Então, decidiu entrar. Já que sabia aonde ficava escondida a chave extra na varanda da casa. Ao entrar, viu seu irmão desmaiado no chão da cozinha. Levou-o para o hospital rapidamente. A situação de John tinha complicado e ela tinha que avisar a Samanta. Mas lembrou-se de que ele havia pedido para ela não contar nada e deixar ela aproveitar a viagem. 

      Samanta estava na Irlanda já. Três dias haviam se passado. Ela estava caminhando pela cidade, quando sentiu tontura. Sendo que não era primeira vez, então decidiu visitar o hospital mais próximo. Ao chegar fez exames e o médico foi bem objetivo ao pedi-los. Uma hora depois saíram os resultados. Samanta estava grávida de três meses. E então ela pensou em adiantar a passagem. E ao invés de ficar por duas semanas, ficaria por mais três dias e voltaria. Era o tempo dela adiantar a passagem e acertar as coisas com Ângela. 

     Era sábado pela manhã quando Samanta chegou em sua casa. Estava feliz, porque imaginava chegar em casa e ver o John lá para poder abraçá-lo forte e contar a novidade. Estava feliz pelo fato de uma criança estar crescendo dentro dela e essa criança era uma parte dela e dele. Samanta o procurou por todos os cantos da casa, mas não o achava. Ligou várias vezes no celular dele e dava apenas na caixa de mensagem. Teve a ideia de ligar para Raquel:

- Olá, Raquel. É a Samanta. Já cheguei de viagem. Tive que adiantar a passagem, pois tenho uma notícia maravilhosa para compartilhar com John e a família. - Disse Samanta com ansiedade em saber sobre John. 
- Sam, estou no hospital San Marcos. Venha até aqui. John está comigo. - Disse Raquel com a voz vazia. 
- Está bem. Mas aconteceu algo? - Perguntou com uma voz baixa e sentindo algo ruim. 

    Meia-hora depois ela tinha chegado ao Hospital San Marcos. Perguntou por Raquel Boulevard. Falaram que ela estava no quarto 401. Chegando ao quarto... Samanta ficou paralisada na porta ao ver que quem estava deitado na cama cheio de agulhas era John e não Raquel. Levou um susto ao vê-lo daquele jeito. Saiu correndo pelo corredor. Então, ela estava cansada demais para continuar, agachou-se e abraçada aos próprios joelhos começou a chorar feito criança desprotegida. 

     Raquel estava procurando por Samanta. Dez minutos depois achou-a. Sentou-se ao seu lado e abraçou ela. Explicou toda a história. E disse que John precisava muito dela agora. Precisava daquela mulher forte que ele sabia que ela era. Samanta enxugou as lágrimas. Voltou para o quarto 401 e abraçou John com muita força. Decidiu que estaria do lado dele para tudo. Como sempre esteve. Deitou-se ao lado dele e começou a falar:

- Por quê não tinha me dito antes sobre a doença? 
- Por que não queria vê-la sofrer. Queria continuar tirando força do seu sorriso e não da sua prova de fogo. 
- Eu teria aguentado. E se o seu medo era que eu deixasse de sorrir, sinto muito, mas está enganado, moço. Não deixarei de sorrir para você. - Disse Samanta com uma voz doce, quase que angelical. 
- Sei disso. Mas, mesmo assim, quis guardar para mim. Raquel foi saber disso na semana passada também.
- Ah, então, o moço acha que pode ser forte sozinho? Não, não, não. 
- Sam, estou um pouco com sede. Dê-me água?

    Samanta levatou-se e pegou um copo d'água para John. Deu a ele. Bebeu tudo. Levantou-se de novo para deixar o copo perto do frigobar que ficava perto de um armário alto de duas portas. Ao voltar percebeu que ele estava meio sonolento. Decidiu não falar mais nada. Deitou-se ao lado dele de novo. E os dois acabaram adormecendo. No final da tarde, Samanta acordou mais forte e com um sorriso leve no rosto para transmitir força a ele. E Raquel sabia da força que ela estava fazendo por dentro. Raquel ao perceber aquilo, deixou-os a sós. 

    Ela continuou deitada sobre o peito de John e começou a conversar:
- John, tenho uma novidade muito boa. - Disse Sam com um certo entusiasmo. 
- Sério? Quero saber o que é! Conte-me, Sam... - John fez força para falar. Sam continuou fazendo um certo suspense, até que começou a falar.
- No terceiro dia que eu estava na Irlanda com Ângela, percebi que a minha frequência com enjoos e tonturas estavam aumentando gradativamente. - John estava lutando para não fechar os olhos. - E vomitando tudo o que comia, então decidi ir ao hospital ver o que era. O médico foi bastante objetivo comigo e pediu os exames. Ângela esperou por uma hora comigo até que os resultados saíssem. Quando saíram e os vi, nem eu acreditei. Mas fiquei super feliz. - John fez uma força e perguntou o que deu. E então ela continuou falando: - Eu estou grávida, J...

   Quando Samanta estava terminando de pronunciar o nome de John, o aparelho começou a disparar. Logo em seguida, os médicos e enfermeira entraram no quarto. Samanta levantou rapidamente e em menos de alguns minutos Raquel apareceu. Abraçou-a. Samanta ficou paralisada novamente e gritando o nome de John. Ela não acreditava no que seus olhos estavam presenciando. Os batimentos de John estavam diminuindo cada vez mais. Até que pararam de vez. E nada do que os médicos fizessem o reanimara. 

   John Leonard Boulevard morreu em um sábado, às sete horas da noite, deitado em uma cama de hospital abraçado a sua esposa que dizia que estava esperando um filho seu. Samanta estava sozinha agora. No domingo, foi o enterro dele. Ao final do enterro, Raquel chegou perto de Sam com uma carta em mãos, dizendo que era uma carta endereçada a Samanta e que foi escrita por John, enquanto ele estava no hospital. Ele tinha feito ela prometer que entregaria a carta a Sam após seu enterro. Dito e feito!

    Sam relutou para pegar a carta, mas acabou aceitando, pois sabia que isso tinha sido a última vontade de John. Quando chegou em casa, deixou suas coisas sobre a mesa da cozinha. Foi para o quarto e tomou um banho bem gelado. Demorou mais do que o esperado. Saiu e se arrumou. Vestiu uma calça do moletom e uma blusa folgada com mangas curtas, calçou um par de meias e apenas penteou o cabelo para trás sem secar. Foi para a cozinha e preparou algo para comer. Não comeu muito. Sentiu uma ânsia de vômito e parou de comer. Arrumou o que estava sujo e foi para o sofá da sala. 
    
    Mas antes pegou a carta que estava sobre a mesa. Ao sentar-se no sofá, ficou olhando por alguns minutos para a carta e viu que no verso do envelope estava escrito: "Let Her Go, minha querida Sam". Abriu-a e começou a ler: 

"Minha querida Sam, 
      Provavelmente, quando estiver lendo essa carta, já não estarei mais ao seu lado e do nosso bebê. Sim, eu já suspeitava que estivesse grávida. Ou você esqueceu que sou seu marido e conheço o seu corpo. Eu reparei que sua silhueta estava mais larga que o normal e você estava reclamando direto sobre os enjoos, tonturas e tudo mais. Por isso, me adiantei e comprei algo para nosso filho. Deixei na sua gaveta de lembranças. É uma roupinha linda para ele ou ela sair da maternidade. 

    Minha querida Sam, não chore. De qualquer maneira eu sempre estarei presente. Quando sentir minha falta olhe para o céu e o vento que bater em seu rosto ou quando sentir algo bom, é sinal de que estou por perto. Meu amor é incondicional e você me fez o homem mais feliz dentro das suas possibilidades como mulher. Digo de passagem: uma mulher fantástica. Nosso filho terá sorte em tê-la como mãe. Sei também que tudo dará certo, Sam. 

      Lembra-se da nossa primeira viagem juntos, foi para a Grécia. E ao chegarmos lá não sabíamos falar grego e ninguém nos entendia muito bem. Nos metemos em uma baita confusão. Mas o que nos fez rir de tudo aquilo, é que estávamos comemorando o nosso primeiro ano de namoro. Ótimas lembranças. Quanto amor sentíamos. Foi lindo. E teve um momento que me marcou, que foi quando estávamos andando pela praia e paramos para admirar a divindade feita por Deus. 

     Naquele exato momento você olhou em meus olhos e disse: "aconteça o que acontecer te amarei. E Deus nos fez divinos, assim como essa paisagem. E se eu morrer antes de você, quero que sejas feliz como nunca foi. Quero que você, John, viva a vida da melhor maneira possível e continue tendo fé". 

     Sam, hoje sou eu que lhe escrevo pedindo isso. Por que por uma ironia do destino eu estou morrendo a cada dia. E primeiro do que você. Por isso, sinto-me no direito de pedir que você levante desse sofá, vista a sua melhor roupa e vá aquele restaurante chinês que nós adoramos e peça a comida mais gostosa e se esbalde. Não esqueças que está comendo por dois agora. E como acho que se sentirá sozinha, tomei minhas providências. Raquel estará te esperando às dez horas lá para jantarem. Apenas aproveite. 

      Não posso esquecer de dizer que você foi a mulher que mais amei na vida, que me fez completo. E que se chegamos até aqui é por que a vida tem um plano muito melhor para nós. Paciência. Paciência. Repito: paciência. A morte é breve. O que é eterno é o que a alma deixa pelo mundo. A morte é breve, Sam. Sei disso. Mas o que não é breve é o sofrimento que nos mata pouco a pouco. E eu morri feliz, afinal tive você em meus braços e em minha vida. 

     Não se esqueça: a morte é breve, mas a dádiva de poder vivê-la não é. E à nossa criança ensine isso. Sei que será uma boa mãe. E aposto que será uma linda menina.

Até breve, e viva!
Com amor, John!"

    Ao terminar de ler a carta, percebeu que uma lágrima estava descendo. Foi ao banheiro e lavou o rosto, vestiu sua melhor roupa, encontrou Raquel no restaurante no horário marcado. Conversaram, choraram e riram. Sam contou tudo o que havia vivido com John e o resultado agora estava em sua barriga. Acabou! Voltou para casa e dormiu. Daí para frente, passaram-se seis meses e o bebê nasceu. Era uma linda menina, chamada Clarice. 

    E, assim, Sam percebeu que não importa o que você tem na vida. O que importa é quem você tem e o que já fez para essas pessoas. Não importa o que já fizeram para você e, sim, que debaixo dos céus sempre há um propósito. E que a vida era um caminho válido. Até mesmo por que "a morte é breve, mas a dádiva de poder vivê-la não é". 

Eu não quero estudar isso.
Eu não quero saber daquilo.
Muito menos que ouvir histórias sobre o mundo.
Minha vida já anda na contramão demais.
Meus pensamentos são como uma fera
arranhando as grades para sair da jaula.
Minhas mãos são geladas
como o corpo de um defunto.
A rua é vazia para poder andar
E pedir aos céus uma companhia.
Ser fã de Deus é um mistério que nos move.
E o mundo continua girando.
Mas não paro de pensar naquele menino.
Oh desgraça!
Isso é o que eu peço em oração:
"Venha até mim,
Alcance o meu coração.
Pois eu quero me ver no
reflexo da branquidão
da sua visão".
Quantas histórias posso formular?
Quantas estórias posso contar?
Quantos amores posso firmar?
Quantos contratos posso desfazer?
E, assim, fazer a minha palavra valer.
A mim brindo por inteiro.
A mim: quero por inteiro.
Com a vida brinco de "morto-vivo".
E com as minhas experiências,
continuo no esconde-esconde.

Um rei


Ele não é um rei,
Mas dentro de mim
Seu eco soa como um "hey".
Amor, amor!
Quão inválido você se tornou.
Quão insignificante você é.
Sem rima, sem validade, sem experiência.
E sobre o amor, o que dizia a ciência?
Deve ser uma maldição que corre para o rio.
E, assim, sigo rindo.
Realezas e mais realezas.
De mim a vida só tem moleza.
Vamos combinar que nisso tudo
Há uma beleza.
Que nos trás uma verdadeira
Poesia Universal.

Apenas um lugar


Procurar um lugar para se encaixar,
Um amor para viver,
Uma história para escrever,
Uma vida para compartilhar.
Refresque a memória:
A vida é uma campeonato
sem partida e nem chegada.
Às vezes, reino e
Outrora nem remo.
Vitória! Vitória!
Eles ecoam essa palavra.
Que sentido ela tem?
Não sei o sentido.
Mas acho que perdi a mágica do poema.
Creio que desacreditei em minha confiança.
E com o eterno esqueci de fazer uma aliança.
Desespero! Desespero!
Quantas lágrimas derramou um guerreiro?

- Olá, meu nome é Clarice! Prazer em conhecer você! É o seguinte: vou escrever um pensamento meu abaixo e espero que você se identifique:

     Um dia cheguei na Universidade Católica de Brasília sem rumo, apenas pensando se eu havia escolhido o curso certo, se as minhas decisões dali por diante seriam as melhores ou as piores possíveis. Conheci gente nova, faltava menos de quatro meses para eu completar 18 anos. Passei por alguns bocados até me sentir uma verdadeira universitária. E quer saber? Boas experiências tenho vivido. Porque com o tempo passamos a ver que crescemos, que crescer é um mal ou bem necessário. 

     Até um tempo eu dizia que estava cansada, até que algumas pessoas me falaram: "cansada de quê?", "você é tão nova para estar cansada desse jeito". Fui reparando nisso e vejo que é verdade. Estou no auge da minha juventude. Tenho que aprender muito ainda. Mas como já comentei em um texto: "tenho a síndrome da juventude surda". Isso é um defeito, confesso. Mas não há nada melhor do que seguir as nossas regras às vezes. 

     Aí você pergunta: Clarice, como você está hoje?
     
     Como eu estou hoje? Estou com 19 anos, tendo cada dia mais responsabilidade e cada vez desinteresse por algumas coisas. Já sou uma universitária há quase dois anos e pode acreditar que olhar para trás e tentar se convencer de que tudo aquilo transformou-se em histórias boas, é a coisa mais bonita que pude fazer na vida. Vamos descobrindo assuntos que nos movem, a fé que nos fortalece, as amizades que nos acompanham, a família que sempre podemos contar, o amor que nos envolve como mulher. Vamos descobrindo que somos capazes de mais à medida que reclamamos menos das coisas. 

     Ninguém vai bater na sua porta te oferecendo mil reais, uma viagem para Paris ou um ombro amigo. Vamos criando projetos e vendo que... ÔH VIDA! Descobrimos que aquela mulher capaz de mudar a sua própria história está dentro da gente, que não devemos fazer cobranças das pessoas ao nosso redor se elas não fazem o mesmo. Mas que não devemos nos pressionar para sermos felizes. Por que ser feliz não é uma regra da vida, é apenas um sentimento, uma escolha, uma atitude, um momento. Ser feliz é uma coisa que interdepende de nós mesmos, mas não é uma obrigação. 

    Quer sentir-se completo? Compre um quebra-cabeça para montar e complete-o, assim terá algo completo em sua vida. Somos seres humanos, vamos sempre querer mais. E outros nem tanto. Mas ser diferente é uma regra clara. Instigue-se mais. Não ligue para críticas machistas nem para modelos com corpos esculturais. A beleza está dentro de você e cuide-se por fora também, para pode sentir-se bem. Pois, por mais que falem que moda ou gostar de se arrumar sejam coisas um pouco fúteis. Não são tanto assim, além do que se você não sente-se bem quando se arruma ou quando passa ao menos um rímel, então é mentira. 

       Não implore amor, não confunda liberdade com experiência, não pressione-se a querer sempre o melhor. Cobre-se sempre no 220 quando o assunto for bom ou quando for um objetivo verdadeiro. Experimente as coisas. As pessoas. A fé. A confiança. Prove o sabor de conseguir uma coisa sua. Conquiste um amor para chamar de seu. Busque o conhecimento, pois isso ninguém tira de você. Fale o que você tem que falar. Por experiência própria: não fique guardando, isso te sufoca aos poucos por dentro. Decida ser uma mulher por inteiro. Aceite-se. E aceitando-se, o resto irá te aceitar por inteiro.

       Mas se bem que o resto não é tão importante assim, desde que você ame o que já está em sua vida. 

About her (Sobre ela)

      Ela procurava por sinais fixos para poder enxergar melhor e entender que nem tudo ou nem todos possuem o mesmo brilho. Mas ela sabe melhor do que ninguém os segredos guardados dentro desses meus olhos negros. E olhando para esses olhos cor de mel, eu sei bem sobre sua alma. De relance não reparamos que são cor de mel. De relance vemos apenas a velha inocência guardada. Isso a transforma de um jeito que nem os céus sabem explicar. Entrando e estando na vida dela, apenas sinta-a.

       Ela é aquele sonho bom, aquela música com letra e melodia. Aquele bom vinho no restaurante que você mais gosta. Aquela solidão doce. Aquele abraço apertado para as pessoas mais necessitadas ao seu redor. Ela pode ser várias, mas é apenas uma. E ela sabe disso. Não adianta eu escolher dois caminhos se no final continuarei pensando nela. Não adianta morrer por agora, se ela ainda reluz como ouro no meio dessa escuridão toda.
         
      Ela não é o tipo de mulher que se esconde pelo que demonstra. É o tipo de mulher que se destaca por não ter noção de sua beleza, amor, simpatia e amadurecimento. Você gostaria de ser essa mulher apaixonante, não gostaria? Então, saiba que você é essa mulher apaixonante. Por mais que pareça louco, ela sabe muito sobre os outros e pouco sobre si. Observe-a. Destaque-a. Transcreva-a. Conheça-a. Ame-a. E ela em troca? Simplesmente, saberá como cuidar do seu coração.

     Ela tem o cabelo liso, mas pela manhã fica meio embolado. Ela tem o sonho de poder encontrar seu lugar no mundo. Tem a vontade de poder dirigir sem rumo, sendo que ela tirou a carteira agora. Tem a sabedoria de passar a confiança por sua seriedade, mas quando chegam bem perto dela, descobrem uma palhaça. Não adianta apenas olhar e dizer que sabes que é uma mulher dentro daquela roupa.

    Você tem que olhar e reparar na cintura com pneuzinhos, na barriga branca, no cabelo solto e nos olhos cor de mel. Tem que reparar na luz transmitida por seu interior. Tem que reparar como a luz do sol a envolve, fica parecendo um diamante de tão branca ou um dourado de tanta melanina. Respeite-a. Conquiste-a. Acredite-a. Nela não cabe dois amores ou duas tempestades. Nela caberá várias malas com amores diferentes. Por que ela acredita que temos uma mala com amor que deverá ser dado a cada pessoa que passar por sua vida.

     Dá para acreditar nessa filosofia da "Mala do Amor"? Já criticaram falando que ela só sabe escrever sobre amor, só sabe demonstrar inocência e só sabe publicar coisas românticas e fofas. Mas já são poucas as pessoas no mundo que conseguem fazer isso e ela, ainda, sofre críticas?! Não está certo. Ela te amará pelo que é, não pelo que você quer que ela seja ou quer ser. Seja homem o suficiente para olhar em seus olhos e ver que nem tudo ao seu redor é vazio ou grotesco.


terça-feira, 4 de março de 2014

Let Her Go (Or no?)!

Decidi me esconder entre estes cobertores,
Descobri que os meus sonhos podem ser mortos por mim mesma.
As coisas são raras quando o raio de sol bate aonde nunca bateu.
Eu, meus sonhos e essa bendita arte que me prende.
Por que, talvez, eu mesma seja a minha própria protetora.
Quer saber algumas verdades?
Olhe: depois de ter Jesus, Maria continuou tendo uma vida com José; depois de viver, a gente morre; ou você é leve ou os outros levarão a sua vida; ou você é o agora, ou você será cego sempre.
Não venha me dizer que a espera é sempre o melhor caminho.
Nem queira me dar conselhos aos quais não irei ouvir.
Chegue perto, somente, para me fazer sorrir.
Não quero e não vou ser tão vazia como você.
Mas quando cheguei em casa, vi aquela menina confusa de apenas 12 anos de idade.
Ela tinha os cabelos mais ou menos no ombro, olhos castanhos, ia pela cabeça das amigas e usava all star.
Ela tinha medo. Um medo justificável para uma garota de 12 anos de idade.
Ela me perguntou: "como você tem estado? O que tem feito da vida?Como tem vivido?"
Respondi, então, meio assustada:
"Bom, já estou na faculdade. Curso Direito. Tenho um namorado. Tenho três sobrinhos agora. Minha família está cada vez mais unida. E eu me sentindo cada vez mais sozinha. É como se eu precisasse descobrir a vida por mim mesma. Além desses filmes que vemos por aí, Ary. Tenho vivido em uma confusão doce. E você, como tem vivido?".
A Ary meio que ironizou a situação: "Você está perguntando como uma menina de 12 anos está vivendo? Uau! Tenho vivido bem, só que cometendo os erros aos quais fizeram o que você é hoje".
Declarei com um sorriso de canto: "Será que valeram a pena?"
Ela me disse:
- "Tem válido a pena. Pois, se trata da nossa vida. Você tem o futuro em suas mãos, mas está tão ansiosa por ela que está deixando você mesma ir embora. E acaba esquecendo que as coisas são duras. Dentre as coisas que você pode ser leve essa: 'viva la vie'. É brilhante o seu poder de fazer acontecer! Então, faça-o!"
- "Mas cometo os mesmos erros todos os dias. Por que as coisas estão tão confusas?" - A Aryadine perguntou a Ary.
A Ary com suas rápidas percepções, disse-lhe:
- "Você tem sido feliz?"
-"Sim!"
-"Digo feliz de verdade?"
A Aryadine titubeou em responder a isso, mas exclamou:
-"Não tanto quanto eu queria".
A Ary a abraçou e um vento soprou-lhe na espinha, assim fazendo-a se arrepiar. Ambas fecharam os olhos e disseram ao mesmo tempo: "Precisamos ser felizes. Lute pelo que acredita!". Quando abriu os olhos, a Aryadine e a Ary perceberam que eram as mesmas pessoas. E se assustou, pelo fato de estar conversando consigo mesmo. Só que com alguns anos a menos.

Quanto ao meu infinito, compreendo minhas possibilidades.
Quanto aos meus pensamentos, procuro matar minhas emoções.
Quanto aos confetes, já passou meu carnaval.
Quanto aos meus amores, já sofri ano passado.
Quanto aos meus demônios interiores, já os julguei bastante.
Quanto as fofocas diárias, já decidi me afastar.
Quanto a touca que quero, pretendo comprar.
Quanto as minhas esperanças, já passei para o lado das desesperanças.
Quanto a agonia de ser mais a cada dia, já passei por essa esquina.
Quanto a entender o que eu digo e cumprir, ganhei por reprovações.

As típicas possibilidades da vida em querer fugir daquilo que nos faz bem.
Ou que nos faz querer crescer.
As coisas que acabam com a mesma facilidade as quais foram construídas.
As raras questões de poder questionar aquilo que nos é dado pela vida.
A minha felicidade em poder ouvir o som do meu coração ao estar sozinha.
As minhas lembranças de vida.
Essas linhas que precisam ser escritas e levadas a sério.
A minha concepção de vida que não precisa sair em uma revista.
O modo como meus amigos me tratam.
O meu gostar pelas fotografias.
As experiências que quero ter e poder publicar (não sei aonde).
A minha raridade em querer buscar ser eu mesma.
Acho que querer agradar a todos não está me fazendo bem.
A "glória" de vida.
A chance de descobrir que já outros meios de acreditar, servir e buscar a Deus.
Mas que isso me assusta.
O conforto sempre fez parte, assim gerando o comodismo.
Minha prisão interior não consegue esconder que não sei disfarçar.
O meu desânimo e as críticas ao redor.
O meu autoritarismo.
A solidão.
As descobertas.
O medo.
A desesperança.
A lerdeza.
Principalmente, a perda das possibilidades.
Você sabe que não estou bem. Deus sabe das minhas possibilidades.
Não sou bebida. Mas quero acabar com meu fígado.
Não sou escritora. Mas quero acabar com meus pensamentos.
O que você anda querendo?
O que você é?
E o mais importante: o que você sabe de si mesmo?

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


Eu, meus pés e vossa liberdade. Nisso podemos afundar mais ou 
procurar caminhar para sermos mais. Vai de você querer definir os "mais" 
na sua vida. Vai de você mergulhar e esquecer do "mas". 
Eu me contradigo. Pois, sou um poema não lido. Amém!

Posso estar só,
Que mesmo assim
Continuarei me sentindo linda.
Ou, quem sabe, eu não esgote
As minhas possibilidades.
E, assim, eu não vá correndo pra sua proteção.
Não venha me mostrar
como fazer dessa tristeza um poema.
Desse drink uma inspiração.
Não venha me ensinar,
como transformar isso
Em um Carnaval fora de época.
Minha festa quem faz sou eu.
Meu pé no poço,
já é culpa sua.
Quanta tremedeira por causa
de um amor nada haver!
Vai ver se estou na esquina.
E pode deixar, que por aqui,
Eu mesma faço acontecer!

É isso ou nada!


        Diga-me o que teu destino tem em comum com seus sofrimentos?! Acho que eu estava meio acabada, com os pés bem fundos no chão. Com tudo, portanto, assim, meio longe de mim, prontifiquei-me a querer tomar um rumo pra isso que estava guardado aqui dentro. E adivinha o que saiu? Estas três linhas. Era aquele olhar de quem está disposto a desafiar a tristeza que há dentro de si, aquela sede por querer crescer e por querer mostrar aquela bagunça mútua existente, resistente e insistente no coração e na mente. Para quem se atreveu a colocar a vida na solidão, brindemos. Ao acaso que se fez melhor do que o "antes-de-ontem". Ao futuro que faça de mim uma pessoa menos chorona. 

        É Carnaval, minha gente. Vamos glorificar de pé! (risos). Quanto de mim pode caber neste texto? Quanto de mim pode caber na vida? Quanto de mim as pessoas sabem? E o principal, o quanto de mim elas conhecem? Histórias por bocas, continuam a ser somente histórias. Mas as mágoas que as atitudes de superioridade deixam, ultrapassam a profundeza do mar. E quanta profundeza! Vamos por partes. Essas são as consequências: tristeza, pouca leveza, paciência finda, pensamento cansado, pedidos e reclamações a mil por hora. Não irei usar a desculpa de que sou jovem. E, por favor, espero que você não venha me dizer que sou nova demais e que não tenho conta pra pagar, somente por eu estar sentindo isso. Se você está aqui, é por que em alguma parte do seu caminho se sentiu assim. 

        Quer saber de uma coisa? Seja torta mesmo assim, continue a sair mesmo assim. Queira não ficar sendo tachada de "santinha". Mas as pessoas também tem que compreender a definição da palavra "santa". O espelho do meu quarto estava sujo por essa semana, aí minha mãe limpou pra mim. Eu não estava em casa. Mas quando cheguei, senti uma sensação leve e de limpeza por dentro e por fora. Não sei o que era, mas sei que era bom. E você, o que me conta de bom? O que me trás e acrescenta de diferente e de bom?

        Eu estou afim de conhecer gente nova e de ter momentos, mesmo que no frio, que me ajudem a encarar de frente e enfrentar essa tristeza. Como disse: "aquele olhar de quem quer desafiar-se". Mente inconstante, cheirinho de chuva, nariz meio grosso, mãos no rosto e o semblante de seriedade. Um elogio de verdade. Seja inconsequente e saia dessa sala e vá ver a lua. Pena que eu sempre volto atrás nas minhas decisões e me proponho a descer tão baixo quando o assunto é 'fobias". Pena que eu sempre tomo a decisão errada e me transmito melhor escrevendo do que dizendo. 

       Se eu tiver que me expressar com falas, minhas pernas bambeiam, minhas mãos tremem, gaguejo e você ganha de mim em "desafios de falação". Mas quando for para escrever em linhas o que penso, encoraje-me. Tenho o profundo desejo de mostrar pro mundo a menina que existe aqui dentro e a mulher capaz por fora. Queria poder não me importar tanto com tua opinião. Saudade é pra quem tem. E estou com muitas de mim mesma. 

Ou, como nos dizeres de Sócrates: "conhece-te a ti mesmo". Quanta responsabilidade, hein, ser humano!

"Ninguém me disse sobre..."

        
             
        É o seguinte: quando nasci não me abraçaram e disseram que eu teria um grande futuro. Ninguém me disse que eu iria amar de todo o coração, nem sofrer com tanta desilusão. Ninguém me disse o que eu devia fazer além dos meus pais e irmãos. Ninguém esteve tanto tempo do meu lado pra me perguntar "para que nada eu estava a olhar". Ninguém me disse que a alegria seria mútua, da mesma forma que me esconderam que o sofrimento moraria logo ao lado. E, entre esses "vão e vem", fica e sai, decide e volta atrás, socorre e esconde, mistura e diferencia, entra e sai, bate e defende, omite e ofende, conta e desmente. 

         Ninguém me disse que o meu primeiro copo de José Cuervo seria com a minha irmã, que o meu primeiro copo de chopp seria com meu irmão, que a minha primeira Caipirinha seria com meus amigos, que a minha primeira desilusão seria com o meu primeiro namorado. Ninguém precisou me dizer sobre um Deus que mora no Céu, sobre a fé do Islamismo em um Deus denominado Ala, sobre uma felicidade rotineira e as dificuldades que temos a cada minuto. Ninguém me disse sobre como montar uma barraca. Ninguém me disse que eu escolheria o curso que escolhi, nem sobre os livros que já li. 

        Ninguém me disse, até hoje, sobre os rumos que tenho que tomar. O máximo que meus pais e família fazem é me aconselhar. E, mesmo assim, possuo o grande defeito: "o da juventude surda". Explique-me o que você entende por "juventude surda" e eu lhe direi sobre o que entendo do mundo. Ou seja, nada! Porque não escuto muito o que me falam, apenas ouço quando estão precisando de algum ouvinte. Ninguém me disse que o meu pai conversaria sobre política comigo logo no café da manhã, antes deu ir pra faculdade. Nem que meus sonhos seriam afastados de mim no decorrer da minha velhice. 

       Engraçado que nas misturas dessa vida, o máximo que conheço é uma roda de disputa de rap, uma família, uma bíblia, o gosto de um café, o cansaço de um conciliador, o pensamento escasso, letras miúdas, a dor de cabeça de uma pessoa que tem o óculos, mas deixa na mochila. A sensação das músicas de Mallu, Clarice e Marcelo e alguns poucos poemas de minha musa, Clarice Lispector. Mas conheço ainda mais sobre a sensação de querer um romance similar ao dos livros que leio. Ou se preferir, aos clássicos de Jane Austen. Vou confessar um segredo: toda vez que escuto "Suddenly I see", imagino-me andando em uma passarela, assim como a Anne Hathaway na rua no filme O Diabo Veste Prada. Ninguém me disse que a imagem contaria tanto, ou que eu gostaria de moda. E, mesmo assim, me vestiria como um mendigo em casa. 

        Se você acha fútil sonhar ou ter fé. Não venha me dizer que você é um desgraçado sem sorte pelos caminhos da vida. Já me senti assim, meio excluída e sem razão. Por favor, não venha me pedir pra parar de seguir a minha emoção. Pois, irei lhe perguntar: "até aonde lhe levou a razão?". Saia por aquela porta e veja que as cores quem faz é você. Como? Misturando umas as outras! 

       Ninguém me disse que eu escreveria isso, nem que eu seria assim: meio louca, meio triste, meio sacana e, por inteiro, pelos caminhos da vida, aprender a ser uma mulher!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Não me leve a mal,
mas peço que não carregues um punhal.
Dramas não nos levam a lama.
Pro sono acabar, vamos pra cama.
Seja leve e agradeça em sua oração.
Permaneça questionável e seja louvável.
Por amor não me leve a mal,
eu só quero permanecer longe desse arraial.
É pequeno, mas não me faz bem.
Não me pergunte o que minha alma tem!
É o meu drama!
Sejas fiel a mulher que ama.
Milagres acontecem por aí.
Enquanto isso, vou vivendo por aqui.

       Eu não sabia muito bem o motivo por eu estar vivendo. Aí ficava e, ainda, fico todas as manhãs me perguntando isso. Principalmente, quando cometo algum erro. Depois paro e penso no que eu estava fazendo em excesso pra acabar acontecendo o contrário. A cada gentileza forçada, a cada pará-brisa que me deixava enjoada. Meu Deus, eu me pergunto, aonde é que eu estou ou o que estou fazendo? Não, não é arrependimento. Isso é questionamento. Questionamento à respeito do que está bom pra mim, do que eu nasci pra fazer. Que vento devo escolher. Futuro não brinque comigo. Destino, você está intimado a soprar a meu favor. Assim, te peço, por favor? 
Era um sorriso simples do jeito do seu olhar.
Ela vivia olhando.
Andava conversando.
Seus segredos vivia guardando.
As dores da vida iam amenizando.
O coração ia batendo.
A alma socorrendo.
E de acordo com o tempo,
ia se perguntando por que estava vivendo?
Até que o tempo respondeu,
que ela precisava ir escolhendo.
Um dia pela manhã, ela iria ficar sabendo
que por amor, ela estava quase morrendo.
Mas, por fim, ser amada,
era só o que ela estava querendo.
Chegou mansinha, quase como uma leve brisa.
Deixou a manhã mais bela com aquele sorriso.
Permaneceu sincera e colaborou com a conversa.
Intacta diante dos seus sonhos.
Restabeleceu caminhos e
deixou sombras frescas pelo caminho.
Despertou os desejos de conhecer
mais sobre a vida.
Sentada em uma mesa e
olhando pro nada.
O assunto era as manhas de fazer sacanagens.
A comédia era que o tempo estava passando.
A ironia sempre foi que falaram para olharmos o futuro,
mas esqueceram de nos avisar que o passado volta.
Força é uma coisa que
não podemos definir.
Fé é o que o cego tem ao acreditar naquilo que não vê.
Segredo é o que eu guardo nas entrelinhas.
E a você, eu brindo, pelo fato de não permanecer calado.

Meu sorriso futuro!

       Eu quis montar uma felicidade, pela qual não sabia que existia em mim. Sabe... Ando aprendendo que todas as coisas boas cooperam para o bem daqueles que não ficam sentados à espera permanente da beleza ou seja mais lá do que. Acredite! Neste novo ano, só quero permanecer constante, estranha, pensativa. Mas em contrapartida, quero correr atrás das minhas coisas, tentar traçar algumas metas e realizá-las. Egoísmo seria se eu deixasse o meu futuro de lado só pensando no passado. 

        Hoje permaneço tendo saudade daquilo que não fui, mas agradeço pelo que sou. Se você acha que eu sou falsa, fingida ou coisas desagradáveis, não posso fazer nada. Pra você que é meu amigo e me conhece de verdade, digo apenas que agradeço pela amizade. Para quem se faz, o agora colabora. Para quem quer viver, o mundo joga os ventos contrários a favor. Para quem é sensível, a vida reserva uma decepção e, também, muito amor no coração. 

       Pra você que é estudioso, o futuro é contraditório demais. Pra você que é feminista, machista, bem politizado de direita ou esquerda. Notícia desagradável: sempre teremos as mesmas discussões. Vou guardar algumas opiniões. O pessoal do grupo LGBT continuará sofrendo preconceito. As mulheres continuarão sendo consideradas "sexo frágil". Posto que, o tempo passa muito rápido demais, mas o ser humano não se desenvolve na mesma medida. 

       Coração, coração! Vamos velejar, usar um belo chapéu e escolher uma bela roupa. Ser feliz com o que importa e perceber que o número de vagas - em tudo - é menor do que o número de pessoas na fila. Até quando permanecer sendo chata, julgada, separada, morta por dentro e chorona por fora? E se você não percebe de quê e pelo quê é feito, como conseguirá definir o que quer pra daqui a pouco? Não sei o que estou descrevendo nessas entrelinhas. Talvez, verbos e mais verbos; palavras e mais palavras. Ou quem sabe, o que eu quero ser mais o que eu quero ser. 

      Eu só precisava de novas perspectivas de vida. Necessito de alma bem vivida. De passar mais tempo com pessoas mais velhas, sair mais com meus amigos e escolher melhor o que vou fazer. Ao invés, de ficar deitada no sofá esperando a próxima novela começar. Fútil. Se não fosse por uma coisa, é real. Parabéns a mim, a você e/ou a nós que queremos ser felizes e realizados pessoalmente. 

domingo, 5 de janeiro de 2014

Não só porque me fizestes assim, vida.
É essa minha necessidade de querer fazer parte da vida.
É essa minha urgência em querer acabar
com o que não condiz com os meus pensamentos.
É essa minha vontade de ser mulher,
sem precisar de salto alto ou um homem
pra provar o quanto posso ser amável ou silenciosa.
É essa minha necessidade de abrir o meu coração por inteiro,
e se for pela metade, não tem "menina-mulher".
Te darei respeito e como um gesto de volta,
quero apenas o teu respeito.
Não sou a mais esperta em questão de comédia,
nem a mais romântica em questão de amores.
Ou digo, ou não digo.
A felicidade de uma criança,
a idolatria de um patriota,
a confusão de uma adolescente,
a solidão de um coveiro,
a felicidade de um casal,
o amor de pais.
Há algo maior no mundo que se compare a isso?
Amém! Acho que não!
Vou ali buscar minha caneca de café.
Tomarei e não dormirei.
Por seguinte, tentarei arrumar a bagunça dentro de mim.
Já, já venho pra comer aqui.