sexta-feira, 27 de setembro de 2013

        Estava querendo me salvar sem saber por onde começar ou andar. Tropeçou e não levantou mais. Começou a bater em desespero e querer mudar as palavras, estas que você está lendo agora. Você já se sentiu tão vazio a ponto de querer fugir de onde está? Você já quis tanto uma coisa que quando conquistou viu bem que não era aquilo que você queria? Já observou aquele menino que terminou o lance contigo, e que pra completar faz parte da sua roda de amigos? Acho que não anda se sentindo muito bem em relação a ele. Então, deixa o tempo rolar. 

         Compreenda que o tempo faz passar e curar, mas não esquecer. Não tente narrar o inenarrável. Sentimentos possuem falhas sim, mas você faz com que as falhas se transformem em defeitos. Se todos os amores tivessem que ser da mesma forma, estaríamos numa inércia que nos levaria a preguiça de querer ter a conquista e perderíamos todo o encanto que um dia chegamos a ter. Se todas as pessoas do mundo fossem iguais... Ah, se todas fossem iguais ou senão com um pouco de caráter. Umas tem de sobra, outras que deixam escapar pelas mãos. 

            Infinita é a minha vontade de sair por aquela porta da sala e gritar no meio da rua. Limitada é a alegria e desobediente é a minha esperança, que insiste em ficar. Já coloquei muitas cartas sobre a mesa e deixei a minha vez passar. Já tive tempo para ir ao parque numa tarde de quarta-feira, mas não fui por que a falta de vontade era maior. É, tenho que amadurecer. Topa vir comigo?

           Sei lá! Ando sentindo uma falta imensa de mim mesma! Quero desbravar o mundo. Quero sentir aquela segurança que muitos pensam que possuo em mãos. Quero não poder mais chorar todas as noites antes de dormir. Quero poder sair numa sexta à noite e só voltar no sábado às seis da manhã, ao menos uma vez no mês. Quero poder criar projetos que saiam do papel. Quero me movimentar por Brasília. Quero aprender a pegar o ônibus até a prainha e só voltar ao final da tarde com o espirito renovado. Sem muitas cobranças, sem muitos desesperos ou pedidos de "socorro".

             Queria poder saber qual será a matéria das provas deste semestre na faculdade. Queria não ficar parada na frente desse computador arranjando meios de colocar tudo o que estou sentindo pra fora. Queria poder dormir uma noite sob as estrelas do céu. Queria poder sonhar um sonho bom e acreditar que ele seria uma realidade. E que se eu contasse há alguém, que esse mesmo alguém não ateasse fogo. Mas confesso que permito que me coloquem pra baixo, afinal isso é não querer ser dura com os outros e não falar palavras duras. Ou fazer críticas pesadas. No entanto, quando vejo... Já saiu. E aí, pergunto-me: "o que eu faço agora?".

            E essa agonia de querer saber o que vai vir depois em todas as manhãs cresce a cada dia passado. Queria poder colocar toda essa dor pra fora de um jeito menos dolorido. Mas em palavras qualquer coisa poderá ser vista de qualquer maneira mesmo. Mas dependerá da pessoa e de sua interpretação. Por favor, céus, permita-me ser feliz? Aí, céus, vem e responde: 

- Não te impeço de ser feliz, quem faz isso é você mesma. Quem te mata todos os dias por dentro é você mesma, com toda essa culpa que você acha que tem que carregar. E acaba esquecendo de ser feliz por completo e que Deus sempre estará com você. 

            
        Sei que andei enganada nos últimos meses sobre nós, sobre como temos levado a vida. Mas apareci por que queria conversar contigo e esclarecer que nem em sonho posso esquecer as possibilidades de felicidade que você me proporcionou. Não sei se isso é uma carta de amor. Mas seja lá o que for, irei te descrever em cada linha e te desenhar em palavras por cada parágrafo. Meu amor, acho que você foi um presente de Deus. Ops, deixei escapar! (Risos meigos).

         Fiz aquela festa depois que você saiu, afinal estava feliz. Tive que aproveitar. Pois, não são todos os dias em que vivo um dia de cada vez e relaciono isso a felicidade que minh'alma sente, quando permito-me ser feliz sem culpa. Sem querer morrer a cada dia ou sem querer me mutilar para não sentir mais aquela velha dor emocional. Olha o que éramos e olha aonde chegamos. Peraí! Minha calça está apertada. Acho que irei vestir um short. 

          Tenho que me sentir a vontade, já que a conversa será longa. Entre. Sente-se. 
- Aceita um café? 
- Seria muita folga se eu dissesse que sim?
- Claro que não!

          É, eu sei é uma confusão danada este texto. Mas espere... Você é o meu segredo mais bem guardado. Não irei me sentir insegura ou uma inútil por te falar isso. Mas seria uma covardia sua, na sua condição como homem, sair agora. Logo agora, que tivestes despertado todo o meu segundo "eu". Todo o meu amor. Então, por favor, conte-me qual foi o motivo de toda essa dor?
       Sabe quando você está se sentindo sozinha? Que por mais que seus amigos ou familiares estejam ao redor, eles não conseguem preencher um certo vazio? Não, não é culpa de ninguém. Está culpa é tão somente minha, que mesmo tendo atenção não é o suficiente. Talvez um misto de questionamentos interiores com a descoberta do que realmente sou. Ou ao lugar que pertenço. Acredite se quiser, que nem sempre o mundo é do mesmo jeito. Amanhã não terei as mesmas possibilidades que tive hoje. 
          
          E o pior de tudo é que tenho certeza que não está sendo aproveitado da maneira certa. A maneira que eu deveria me acostumar. Não quero mais sobreviver de pensamentos pequenos. Não quero ser uma egoísta por natureza. Não quero ser duas caras. E se, às vezes, permaneço quieta demais, pode apostar que a mente está mais "barulhenta" do que o normal. Sei... Isso é muito anormal. Mas por que eu deveria ser comum? Ou tentar agir como uma pessoa comum?

          Não que eu esteja bastante velha ou muito amadurecida em questões de personalidade. Mas sei que já passei por algumas experiências que trouxeram-me a inconstância da situação em que me encontro. Ou melhor, não me encontro. A vida tem sido um eterno desencontro de caminhos para mim ou seja lá mais para quem. Sobretudo, preso por sorrisos... E quando estou triste, pode apostar que cada sorriso que dou ou a cada alegria que ganho eu dou um valor imenso. 

           Não querer ser vista como aquela criança do papai que estava no ensino médio há um ano, não é querer demais. Buscar amadurecer sem a necessidade das pessoas estarem se metendo toda hora na sua vida. E, sinceramente, já nem sei mais o que estou escrevendo nestas linhas. Mas insisto que meu drama é por dentro, por que por fora as espinhas continuam a nascer e a beleza na inércia. Ninguém percebe e se percebe, tem medo de falar. 

             Chega... Paro por aqui!