terça-feira, 6 de setembro de 2011

É complicado!


Realmente querer saber como eu sou é complicado demais até mesmo para mim. Bom, podemos começar por uma mistura de humana-menina-estranha, tem horas que eu gosto muito de uma música, ouço milhões de vezes e enjoo e outras posso escutar milhares de vezes também que não enjoo. Um cantor que me acalma com suas músicas é Leoni: Garotos, Só pro meu prazer, Os outros, Fotografia etc.

Sou confusa, mas tão confusa que nem sei discernir o certo do errado às vezes. Chego a dormir com os olhos abertos, a pensar com os olhos fechados, a descansar com as lágrimas derramando, ou seja, chorar até dormir. Sorrio até a barriga doer, escrevo até o pulso doer mesmo. Observo até minha cabeça não conseguir mais pensar.

Tem momentos em que quero morrer, outros em que quero fugir, ou apenas ficar parada e observar. Mais uma vez minha professora falou em sala de aula que a vida é um terreno que Deus nos dá, aonde podemos escolher o que plantar, mas a colheita é obrigatória. Pensando bem, a vida é assim mesmo.

Sou doida em alguns momentos, estou aprendendo a arrumar meu jardim pra deixar os pássaros chegarem até mim, que todas as árvores precisam de raízes e que "merda" pode servir de adubo pra árvore crescer, para cuidar do desenvolvimento e fases de uma bela flor. Que amores podem durar uma noite ou uma vida, que a paz é conquistada pelo silêncio que se faz, que o saber é livre e descompromissado com o cerébro, que as músicas possuem melodia própria.

Pois, se até as mãos possuem movimentos involuntários, então, posso dar passos involuntários. Sou uma água na corrente de um rio que segue um curso sem rumo, sem destino, sem qualificações. Apenas uma criança pelada andando pelo mundo, procurando roupas para vestir. Não estou nem aí para rótulos, para males, para defeitos, brigas, decepções. Por que tenho medo disso. Medo de sentir isso e um medo enorme de ser amada. Um medo enorme de viver.

Mais tenho que aprender que isso varia de pessoa pra pessoa e que tenho que me deixar sim envolver pela beleza inédita da vida. Por que a vida é inédita. É um vidro que construimos com muito cuidado, por que se escorregar de nossas mãos cai no chão e se quebra. E se quebrar temos que tomar cuidado quando pisarmos para não cortar nossos pés, temos que ir juntando cada pedacinho, colocando e insistindo no que faz bem. O que faz mal também, mas só por um tempo.

Talvez o tempo seja limitado, mas percebe-se que em longos anos de vida não é. Que é nele que se consegue responder a maioria das perguntas, acender a maioria das luzes, gerar mais energia para o corpo e mente, pensar mais rapidamente. Contrariar os passos em meio ao chão é como se pedíssemos ao Pai que nos colocasse em um pedestal pulando fases da vida. Aprende-se assim apenas os caminhos certos, os errados fica pra trás.

Mas é correndo e se limitando, deixando a respiração ofegante que se aprende. Minhas limitações sou que decido quais são e quais vou ultrapassar. Posso ser um chuveiro que vai se desligando aos poucos e caindo de gota em gota, ou posso desligar tudo de uma vez. Mas posso ser um oceanos que não tem limite, apenas água e mais água, que apenas tenta manter vivo as espécies e belezas naturais da vida. Assim, eu posso ser.

Não por ser um direito meu, mas também por ser uma coisa que me fez nascer em busca de um horizonte interminável, que pode me ajudar a voar com as borboletas, a correr como os tigres, a cantar com os pássaros - ou não, mesmo cantando ruim e meu chuveiro sendo meu fã de carteirinha. Apenas posso dar bons motivos e razões para a vida seguir o seu percurso natural sem ser alterado. Que Deus me dê forças para ser feliz, para amar, para continuar sendo amiga, filha e irmã. Que minha fé seja maior do que os obstáculos, que a minha razão seja a mesma, que os meus sonhos não morram, que meus sonhos não falhem e que meus pés continuem no chão andando em cima das pedras mesmo descalço. Que cada pessoa permaneça com a mesma alma e gesto.

Que por mais que falem que não acreditam nisso ou naquilo, que por mais que sejam inúteis as tentativas de procura pela felicidade, que as pessoas compreendam que o mundo é bem maior. Mas elas podem ser maiores ainda. Amém.

domingo, 4 de setembro de 2011

Um Grão de Areia

Tudo começou com um grão de areia inválido por tempo indeterminado, com uma coisa pequena, sentimento inferior ao da dor, com uma porcentagem enorme do que podemos saber, pois, o fato imposto na mesa naquele dia foi que não sabemos de nada, que as coisas são surreais. Chorar é bom e ruim. Mas as pessoas não sabem que nesta lágrima está uma parte da dor do meu mundo ou do mundo de quem for.

De tão vazios podemos ser comparados a um grão de areia no meio do deserto, que deixa o instinto de sobrevivência ser maior. Cada dor existente dentro do nosso peito é levada quando o vento vem levanta a areia e a leva embora. No percurso do vento não sabemos a replica de base para as estruturas que ajudaram nas fases da estátua em construção.