terça-feira, 4 de março de 2014

Let Her Go (Or no?)!

Decidi me esconder entre estes cobertores,
Descobri que os meus sonhos podem ser mortos por mim mesma.
As coisas são raras quando o raio de sol bate aonde nunca bateu.
Eu, meus sonhos e essa bendita arte que me prende.
Por que, talvez, eu mesma seja a minha própria protetora.
Quer saber algumas verdades?
Olhe: depois de ter Jesus, Maria continuou tendo uma vida com José; depois de viver, a gente morre; ou você é leve ou os outros levarão a sua vida; ou você é o agora, ou você será cego sempre.
Não venha me dizer que a espera é sempre o melhor caminho.
Nem queira me dar conselhos aos quais não irei ouvir.
Chegue perto, somente, para me fazer sorrir.
Não quero e não vou ser tão vazia como você.
Mas quando cheguei em casa, vi aquela menina confusa de apenas 12 anos de idade.
Ela tinha os cabelos mais ou menos no ombro, olhos castanhos, ia pela cabeça das amigas e usava all star.
Ela tinha medo. Um medo justificável para uma garota de 12 anos de idade.
Ela me perguntou: "como você tem estado? O que tem feito da vida?Como tem vivido?"
Respondi, então, meio assustada:
"Bom, já estou na faculdade. Curso Direito. Tenho um namorado. Tenho três sobrinhos agora. Minha família está cada vez mais unida. E eu me sentindo cada vez mais sozinha. É como se eu precisasse descobrir a vida por mim mesma. Além desses filmes que vemos por aí, Ary. Tenho vivido em uma confusão doce. E você, como tem vivido?".
A Ary meio que ironizou a situação: "Você está perguntando como uma menina de 12 anos está vivendo? Uau! Tenho vivido bem, só que cometendo os erros aos quais fizeram o que você é hoje".
Declarei com um sorriso de canto: "Será que valeram a pena?"
Ela me disse:
- "Tem válido a pena. Pois, se trata da nossa vida. Você tem o futuro em suas mãos, mas está tão ansiosa por ela que está deixando você mesma ir embora. E acaba esquecendo que as coisas são duras. Dentre as coisas que você pode ser leve essa: 'viva la vie'. É brilhante o seu poder de fazer acontecer! Então, faça-o!"
- "Mas cometo os mesmos erros todos os dias. Por que as coisas estão tão confusas?" - A Aryadine perguntou a Ary.
A Ary com suas rápidas percepções, disse-lhe:
- "Você tem sido feliz?"
-"Sim!"
-"Digo feliz de verdade?"
A Aryadine titubeou em responder a isso, mas exclamou:
-"Não tanto quanto eu queria".
A Ary a abraçou e um vento soprou-lhe na espinha, assim fazendo-a se arrepiar. Ambas fecharam os olhos e disseram ao mesmo tempo: "Precisamos ser felizes. Lute pelo que acredita!". Quando abriu os olhos, a Aryadine e a Ary perceberam que eram as mesmas pessoas. E se assustou, pelo fato de estar conversando consigo mesmo. Só que com alguns anos a menos.

Quanto ao meu infinito, compreendo minhas possibilidades.
Quanto aos meus pensamentos, procuro matar minhas emoções.
Quanto aos confetes, já passou meu carnaval.
Quanto aos meus amores, já sofri ano passado.
Quanto aos meus demônios interiores, já os julguei bastante.
Quanto as fofocas diárias, já decidi me afastar.
Quanto a touca que quero, pretendo comprar.
Quanto as minhas esperanças, já passei para o lado das desesperanças.
Quanto a agonia de ser mais a cada dia, já passei por essa esquina.
Quanto a entender o que eu digo e cumprir, ganhei por reprovações.

As típicas possibilidades da vida em querer fugir daquilo que nos faz bem.
Ou que nos faz querer crescer.
As coisas que acabam com a mesma facilidade as quais foram construídas.
As raras questões de poder questionar aquilo que nos é dado pela vida.
A minha felicidade em poder ouvir o som do meu coração ao estar sozinha.
As minhas lembranças de vida.
Essas linhas que precisam ser escritas e levadas a sério.
A minha concepção de vida que não precisa sair em uma revista.
O modo como meus amigos me tratam.
O meu gostar pelas fotografias.
As experiências que quero ter e poder publicar (não sei aonde).
A minha raridade em querer buscar ser eu mesma.
Acho que querer agradar a todos não está me fazendo bem.
A "glória" de vida.
A chance de descobrir que já outros meios de acreditar, servir e buscar a Deus.
Mas que isso me assusta.
O conforto sempre fez parte, assim gerando o comodismo.
Minha prisão interior não consegue esconder que não sei disfarçar.
O meu desânimo e as críticas ao redor.
O meu autoritarismo.
A solidão.
As descobertas.
O medo.
A desesperança.
A lerdeza.
Principalmente, a perda das possibilidades.
Você sabe que não estou bem. Deus sabe das minhas possibilidades.
Não sou bebida. Mas quero acabar com meu fígado.
Não sou escritora. Mas quero acabar com meus pensamentos.
O que você anda querendo?
O que você é?
E o mais importante: o que você sabe de si mesmo?