sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


Eu, meus pés e vossa liberdade. Nisso podemos afundar mais ou 
procurar caminhar para sermos mais. Vai de você querer definir os "mais" 
na sua vida. Vai de você mergulhar e esquecer do "mas". 
Eu me contradigo. Pois, sou um poema não lido. Amém!

Posso estar só,
Que mesmo assim
Continuarei me sentindo linda.
Ou, quem sabe, eu não esgote
As minhas possibilidades.
E, assim, eu não vá correndo pra sua proteção.
Não venha me mostrar
como fazer dessa tristeza um poema.
Desse drink uma inspiração.
Não venha me ensinar,
como transformar isso
Em um Carnaval fora de época.
Minha festa quem faz sou eu.
Meu pé no poço,
já é culpa sua.
Quanta tremedeira por causa
de um amor nada haver!
Vai ver se estou na esquina.
E pode deixar, que por aqui,
Eu mesma faço acontecer!

É isso ou nada!


        Diga-me o que teu destino tem em comum com seus sofrimentos?! Acho que eu estava meio acabada, com os pés bem fundos no chão. Com tudo, portanto, assim, meio longe de mim, prontifiquei-me a querer tomar um rumo pra isso que estava guardado aqui dentro. E adivinha o que saiu? Estas três linhas. Era aquele olhar de quem está disposto a desafiar a tristeza que há dentro de si, aquela sede por querer crescer e por querer mostrar aquela bagunça mútua existente, resistente e insistente no coração e na mente. Para quem se atreveu a colocar a vida na solidão, brindemos. Ao acaso que se fez melhor do que o "antes-de-ontem". Ao futuro que faça de mim uma pessoa menos chorona. 

        É Carnaval, minha gente. Vamos glorificar de pé! (risos). Quanto de mim pode caber neste texto? Quanto de mim pode caber na vida? Quanto de mim as pessoas sabem? E o principal, o quanto de mim elas conhecem? Histórias por bocas, continuam a ser somente histórias. Mas as mágoas que as atitudes de superioridade deixam, ultrapassam a profundeza do mar. E quanta profundeza! Vamos por partes. Essas são as consequências: tristeza, pouca leveza, paciência finda, pensamento cansado, pedidos e reclamações a mil por hora. Não irei usar a desculpa de que sou jovem. E, por favor, espero que você não venha me dizer que sou nova demais e que não tenho conta pra pagar, somente por eu estar sentindo isso. Se você está aqui, é por que em alguma parte do seu caminho se sentiu assim. 

        Quer saber de uma coisa? Seja torta mesmo assim, continue a sair mesmo assim. Queira não ficar sendo tachada de "santinha". Mas as pessoas também tem que compreender a definição da palavra "santa". O espelho do meu quarto estava sujo por essa semana, aí minha mãe limpou pra mim. Eu não estava em casa. Mas quando cheguei, senti uma sensação leve e de limpeza por dentro e por fora. Não sei o que era, mas sei que era bom. E você, o que me conta de bom? O que me trás e acrescenta de diferente e de bom?

        Eu estou afim de conhecer gente nova e de ter momentos, mesmo que no frio, que me ajudem a encarar de frente e enfrentar essa tristeza. Como disse: "aquele olhar de quem quer desafiar-se". Mente inconstante, cheirinho de chuva, nariz meio grosso, mãos no rosto e o semblante de seriedade. Um elogio de verdade. Seja inconsequente e saia dessa sala e vá ver a lua. Pena que eu sempre volto atrás nas minhas decisões e me proponho a descer tão baixo quando o assunto é 'fobias". Pena que eu sempre tomo a decisão errada e me transmito melhor escrevendo do que dizendo. 

       Se eu tiver que me expressar com falas, minhas pernas bambeiam, minhas mãos tremem, gaguejo e você ganha de mim em "desafios de falação". Mas quando for para escrever em linhas o que penso, encoraje-me. Tenho o profundo desejo de mostrar pro mundo a menina que existe aqui dentro e a mulher capaz por fora. Queria poder não me importar tanto com tua opinião. Saudade é pra quem tem. E estou com muitas de mim mesma. 

Ou, como nos dizeres de Sócrates: "conhece-te a ti mesmo". Quanta responsabilidade, hein, ser humano!

"Ninguém me disse sobre..."

        
             
        É o seguinte: quando nasci não me abraçaram e disseram que eu teria um grande futuro. Ninguém me disse que eu iria amar de todo o coração, nem sofrer com tanta desilusão. Ninguém me disse o que eu devia fazer além dos meus pais e irmãos. Ninguém esteve tanto tempo do meu lado pra me perguntar "para que nada eu estava a olhar". Ninguém me disse que a alegria seria mútua, da mesma forma que me esconderam que o sofrimento moraria logo ao lado. E, entre esses "vão e vem", fica e sai, decide e volta atrás, socorre e esconde, mistura e diferencia, entra e sai, bate e defende, omite e ofende, conta e desmente. 

         Ninguém me disse que o meu primeiro copo de José Cuervo seria com a minha irmã, que o meu primeiro copo de chopp seria com meu irmão, que a minha primeira Caipirinha seria com meus amigos, que a minha primeira desilusão seria com o meu primeiro namorado. Ninguém precisou me dizer sobre um Deus que mora no Céu, sobre a fé do Islamismo em um Deus denominado Ala, sobre uma felicidade rotineira e as dificuldades que temos a cada minuto. Ninguém me disse sobre como montar uma barraca. Ninguém me disse que eu escolheria o curso que escolhi, nem sobre os livros que já li. 

        Ninguém me disse, até hoje, sobre os rumos que tenho que tomar. O máximo que meus pais e família fazem é me aconselhar. E, mesmo assim, possuo o grande defeito: "o da juventude surda". Explique-me o que você entende por "juventude surda" e eu lhe direi sobre o que entendo do mundo. Ou seja, nada! Porque não escuto muito o que me falam, apenas ouço quando estão precisando de algum ouvinte. Ninguém me disse que o meu pai conversaria sobre política comigo logo no café da manhã, antes deu ir pra faculdade. Nem que meus sonhos seriam afastados de mim no decorrer da minha velhice. 

       Engraçado que nas misturas dessa vida, o máximo que conheço é uma roda de disputa de rap, uma família, uma bíblia, o gosto de um café, o cansaço de um conciliador, o pensamento escasso, letras miúdas, a dor de cabeça de uma pessoa que tem o óculos, mas deixa na mochila. A sensação das músicas de Mallu, Clarice e Marcelo e alguns poucos poemas de minha musa, Clarice Lispector. Mas conheço ainda mais sobre a sensação de querer um romance similar ao dos livros que leio. Ou se preferir, aos clássicos de Jane Austen. Vou confessar um segredo: toda vez que escuto "Suddenly I see", imagino-me andando em uma passarela, assim como a Anne Hathaway na rua no filme O Diabo Veste Prada. Ninguém me disse que a imagem contaria tanto, ou que eu gostaria de moda. E, mesmo assim, me vestiria como um mendigo em casa. 

        Se você acha fútil sonhar ou ter fé. Não venha me dizer que você é um desgraçado sem sorte pelos caminhos da vida. Já me senti assim, meio excluída e sem razão. Por favor, não venha me pedir pra parar de seguir a minha emoção. Pois, irei lhe perguntar: "até aonde lhe levou a razão?". Saia por aquela porta e veja que as cores quem faz é você. Como? Misturando umas as outras! 

       Ninguém me disse que eu escreveria isso, nem que eu seria assim: meio louca, meio triste, meio sacana e, por inteiro, pelos caminhos da vida, aprender a ser uma mulher!