quinta-feira, 21 de março de 2013

Ei, solidão, vamos dançar?

Ei, aquela velha menina,
Que vem e passa com toda a sua graça.
Engraçado, lembro-me que ontem
Ela estava lamentando pela sua desgraça.

Não sei o que esperava,
Mas a solidão a encantava.
Um dia sentou na calçada, começou a pensar e cantarolar:
"Tu que vens, tu que vens de madrugada, 
Tu que vens, tu que vens me chamar;
Assim, fazendo com que eu mude os meus planos... Poxa, vida!
Vem fazendo morada por engano,
Por favor, pratique o lento desengano...".

A menina cresceu, ficou doce que nem rapadura.
Mas amarga que nem o rasgo de uma costura.
Agora, era moça.
Essa moça, batia na porta dos outros.
Batia, batia, batia... Até que resolveram abrir.
Sua beleza era enganosa,
Carregava consigo apenas uma tristeza espinhosa.

Tinha entrado, não havia outro jeito...
Ofereci café, sentou-se comigo no jardim.
Fazia o vazio ficar maior que um "montim".
Infeliz eu era por pensar
Que um dia ela iria acabar.

Triste fim, apenas lembrei
Que não era por ali.
Então, rapidamente levantei e indaguei:
"Quem seria você sem todo esse ardor?"











Nenhum comentário:

Postar um comentário